Johnny ‘Clyde’ Copeland é um dos mais imponentes cantores e guitarristas de blues do Texas, desde a década de 50. Mas, só atingiu um público considerável na década de 80, quando se mudou para New York e conseguiu um contrato com a gravadora Rounder Records. Mas, a sua ascensão no mundo do blues deu-se somente no início dos anos 90. Não que o talento de Copeland tenha mudado tanto assim, mas foi quando as grandes gravadoras começaram a visualizar o seu potencial como cantor de blues. Infelizmente, Copeland foi forçado a diminuir as suas atividades a partir de 1995 por complicações relacionadas ao coração, mas continuou a fazer shows até sua morte em 1997. Copeland gravou sete álbuns pela ‘Rounder Records’, e recebeu um Grammy em 1986 pelo álbum ‘Showdown!’ gravado com seu colega guitarrista texano Albert Collins e o estreante Robert de Cray. O grupo criou uma das melhores colaborações de guitarra da história do blues.
Embora Copeland fosse um excepcional cantor e poderoso guitarrista o que a maioria das pessoas não percebia era o quão ele era notável como compositor. Ele se orgulhava em criar sua própria mistura de blues, seja misturado com os sons do jazz ou com o de outra cultura. Em 1984, ele foi incluído em uma excursão por 10 países da África Ocidental, patrocinado pelo Departamento de Estado. Johnny foi um sucesso com o público que tinha a idéia equivocada de que o blues era uma música triste, baseado em canções que ouviam de músicos do Delta. Mas a música de Johnny era alegre, e o público muitas vezes subia ao palco para dançar ao lado dele enquanto tocava. Em contra partida, Johnny estava tão fascinado com os artistas africanos que ele conheceu durante a sua visita que voltou para a Costa do Marfim dois anos depois e gravou o álbum ‘Bringing It All Back Home’, uma esplêndida mistura de ritmos africanos e blues norte-americano.
Sua vida começou em Haynesville, Louisiana, um viveiro de blues nos anos 20 e 30. Filho de meeiros, seus pais se separaram quando ele tinha seis meses de idade e então se mudou com sua mãe para Magnolia, Arkansas. Com 12 anos, seu pai morreu e ele herdou o seu violão. Em um ano, a família estava novamente em movimento, se deslocando para a cidade que Johnny iria considerar a sua casa para sempre: Houston, Texas. Na adolescência foi exposto a uma vasta gama dos melhores guitarristas de blues e seu interesse pessoal era destinado a Clarence ‘Gatemouth’ Brown, Lowell Fulson, Johnny ‘Guitar’ Watson e, especialmente, a T-Bone Walker. Fascinado por estes músicos excepcionais, Johnny decidiu tomar nota dos estilos individuais de cada um deles, mas a música que tocaria seria de sua própria criação.
johnny copelandQuando Johnny chegou pela primeira vez em Houston, conheceu aquele que seria seu parceiro nos primeiros anos e um amigo para a vida toda, Joe ‘Guitar’ Hughes. Juntos, eles formaram o grupo ‘The Dukes of Rhythm’. Hughes era o guitarrista da banda, Herbert Henderson assumiu a segunda guitarra e Johnny sentou-se atrás da bateria. Não demorou muito, no entanto, para que Joe Hughes ensinasse Johny a tocar o violão. Johnny era um aprendiz dedicado. E logo os dois estavam desafiando um ao outro no palco, o que levou o grupo à popularidade em Houston e passaram a tocar em clubes de elite da cidade. Em Houston, Copeland se interessou também pelo boxe, principalmente como um hobby, e é a partir de seus dias como um boxer que ele ganhou o apelido de ‘Clyde’.
Na década de 50 fez parte das turnês de Albert Collins, um devoto seguidor de T-Bone Walker, por quem Copeland nutria grande admiração. Depois subiu nos palcos com Sonny Boy Williamson II, Big Mama Thornton, e Freddie King. E em 1958 conseguiu sua chance de fama. Juntamente com o pianista de blues Teddy Reynolds gravou seu primeiro single ‘Rock And Roll Lily’ pelo rótulo Mercury, e foi um sucesso regional, mas não conseguiu muita atenção fora de Houston. Durante a década de 60, Johnny gravou para uma série de pequenas gravadoras e foi em uma delas que encontrou o sucesso com o single ‘Down On Bended Knees’. Gravada em 1962, é considerada um dos verdadeiros clássicos do blues do Texas. No entanto, a cena musical do Texas foi se afastando do blues e Johnny apenas encontrou trabalho tocando R&B e soul com Otis Redding e Eddie Floyd. Em Houston o blues não ganhava qualquer aumento de popularidade e Johnny decidiu mudar-se para New York City em 1975, estabelecendo-se no Harlem, por sugestão de seu amigo Robert Turner. E foi uma grande jogada, pois, ele tinha acesso fácil aos clubes, em Washington, DC, Nova York, Filadélfia, New Jersey e Boston, onde ainda tinha um lugar para músicos de blues como ele, encontrando audiências receptivas nos clubes do Harlem e Greenwich Village.
Copeland nunca percebeu, mas ele não só tinha herdado o violão de seu pai, mas também as doenças cardíacas. Ele descobriu isso no meio de uma turnê no final de 1994. Ao logo dos anos seguintes, teve vários ataques cardíacos. O prognóstico para a sobrevivência era desagradável. No início de 1997, ele estava esperando por um transplante de coração. Fiel à sua natureza, Johnny se recusou a ficar longe do palco e começou a se apresentar novamente. Depois de viver 20 meses com um dispositivo para pacientes que sofrem de cardiopatias congênitas, ele recebeu um transplante e durante alguns meses, o coração funcionou bem. Complicações surgiram e Johnny Copeland morreu com 60 anos. Sua marca registrada, a guitarra com o nome ‘Texas’ escrito com orgulho, foi colocada sobre o seu peito. Johnny Copeland foi o som do Texas que manteve o blues vivo durante os anos 80 e 90, ao lado de Albert Collins, Johnny Winter e Stevie Ray Vaughan.
CD1
CD2
CD3
Nenhum comentário:
Postar um comentário