Blues Antigo: Trijntje Oosterhuis

Judith Katrijntje ‘Trijntje’ Oosterhuis é sem dúvida uma das melhores cantoras que a Holanda já ofereceu. Cantora pop e de jazz tem crescido consideravelmente como artista. Além disso, ela não usa sua aparência para conquistar a fama, mas suas habilidades vocais. ‘Traincha’, pronúncia de seu nome em inglês e como passou a ser conhecida, nasceu em Amsterdam. Filha do teólogo Huub Oosterhuis e da flautista da ‘Amsterdam Promenada Orchestra’, Jozefien Melief, aos 17 anos, com seu irmão mais velho Tjeerd Oosterhuis formou um grupo chamado ‘Total Touch’ que com sua mistura única de soul, pop e R&B se tornou um dos mais populares grupos pop na história da música holandesa. O grupo se apresentou por duas vezes no famoso ‘North Sea Jazz Festival’, uma conquista extremamente rara para uma banda, e atraiu a atenção de outros músicos para a voz de Trijntje o que a levou a colaborar com a saxofonista holandesa Candy Dulfer, que a convidou para cantar em seu disco ‘Big Girl’ em 1995 e para acompanhá-lo em turnê. No ano seguinte, o trabalho de Trijntje no grupo ‘Total Touch’ atingiu um novo patamar com o lançamento do primeiro álbum auto-intitulado e alcançou o topo das paradas holandesas com o single ‘Somebody Else’s Lover’.

total touchA descoberta de Trijntje como vocalista solo pelo público holandês aconteceu quando ela cantou o hino nacional para 60 mil convidados e milhões de telespectadores, na abertura oficial do novo estádio de futebol de Amsterdam, em 1996. O futebol é o esporte mais popular na Holanda e ela estava vestida com um vestido brilhante de cor vermelha e um lenço branco, as cores do time AJAX. Os ouvintes reagiram com espanto e se perguntaram quem era aquela cantora? Com o segundo disco ‘This Way’, de 1998 a banda recebeu o disco de platina e os irmãos começaram a desenvolver planos de carreiras distintas. Trijntje queria se realizar como cantora de jazz e no último festival em que o grupo esteve, ao subir no palco para se apresentar com Herbie Hancock, os críticos especializados em jazz foram favoráveis. E em 1999 a cantora lançou seu primeiro álbum solo, ‘For Once In My Life’, com interpretações ao vivo de canções de Stevie Wonder, um dos seus ídolos musicais na infância, trabalho que foi agraciado com disco de ouro no mesmo ano. No ano seguinte, ela estava de volta ao ‘North Sea Jazz Festival’, desta vez com Al Jarreau, Pat Metheny e Michiel Borstlap.

O novo milênio sinalizou o início de uma nova era para Trijntje. Desfeita a parceria e como ‘Touch Total’ não faria um terceiro álbum e, portanto, ela estava disponível como artista solo, Trijntje excursionou incessantemente com sua própria banda, e muitas vezes com outras estrelas, como o guitarrista uruguaio Leonardo Amuedo, e também se apresentando nos teatros mais prestigiados da Holanda. Em 2002 foi convidada para cantar no casamento do príncipe Willem Alexander e sua noiva a princesa Máxima onde também estava o convidado Nelson Mandela. O seu auto-intitulado álbum, lançado em 2003, estabeleceu-a como diva do jazz em seu país. A consagração internacional veio em 2004 quando assinou com a ‘Blue Note’, tradicional gravadora norteamericana de jazz, distanciando-a do mundo pop com a gravação do álbum ‘Strange Fruit’, com repertório de George Gershwin e Billie Holiday. O álbum ganhou disco de platina duplo.

trijntje oosterhuis and leonardo amuedoCom ‘See You as I Do’, de 2005, gravado em seu próprio estúdio ‘Triancha’ e contando com os convidados Toots Thielemans, jazzista belga conhecido por tocar guitarra, harmônica de boca e novamente com a saxofonista Candy Dulfer ela traz algumas composições próprias e ainda inova com uma interpretação de ‘Wild Horses’ dos Rolling Stones. Em 2006, com ‘The Look Of Love’ Trijntje é reconhecida como uma grande voz do jazz. No álbum ela interpreta alguns clássicos de Burt Bacharach com ele acompanhando-a ao piano. No disco ela assina como ‘Traincha’ como passou a ser conhecida. No ano seguinte lança ‘Who’ll Speak For Love’, álbum que conta com o acompanhamento da ‘Metrópole Orchestra’ e novamente com Burt Bacharach ao piano. Trijntje Oosterhuis continou a se distinguir como um dos melhores talentos vocais do jazz europeu dos últimos tempos e em 2008, gravou ‘Ken Je Mij’ um dueto com o excepcional guitarrista uruguaio, Leonardo Amuedo, nascido em Montevidéu, e que se mudou para a Holanda em 1990 onde trabalhou com vários artistas. Desde 2002 ele mora no Rio de Janeiro e nos últimos seis anos tem sido um membro da banda de Ivan Lins. Observe seu solo em ‘Walk On By’. Com inspiração da música negra, não há um momento de monotonia em ‘Ken Je Mij’, embora seja composto por apenas uma voz e uma guitarra.

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