Durante quarenta anos Taj Mahal explorou as raízes do blues, ele revitalizou a tradição e preparou o caminho para uma nova geração de bluseiros. Assimilou diferentes ritmos e criou um blues que vai além do tradicional. Enquanto muitos afro-americanos decidiram evitar velhos estilos musicais durante a década de 1960, Taj Mahal mergulhou nas raízes de seu passado. Seus pais incutiram nele o sentimento de orgulho pela sua ancestralidade através de suas histórias. Seus pais também o incentivaram na música, iniciando-o com aulas de piano clássico. Ele também estudou o clarinete, trombone e gaita. Taj Mahal nasceu Henry Saint Claire Fredericks, em Nova York em 1942. Seu pai, que emigrou do Caribe, escreveu arranjos para Benny Goodman e tocava piano. Sua mãe, Mildred Shields, foi professora na escola da Carolina do Sul. Através de seus pais cantou e ouviu gospel nas vozes de Ella Fitzgerald, Sarah Vaughan, Mahalia Jackson e Ray Charles. Também ouviu a música de todo o mundo na rádio de onda curta de seu pai e desenvolveu o seu amor pelo blues e pelos artistas Leadbelly e Lightnin 'Hopkins, e também pelo o rock’n’roll de Chuck Berry e Bo Diddley e pelo jazz de Illinois Jacquet, Ben Webster, Charles Mingus, Thelonious Monk e Milt Jackson.
Taj Mahal cresceu em Massachusetts, jovem ainda mergulhou no estudo da sua herança cultural. Aos 11 anos testemunhou a morte de seu pai em um acidente na sua empresa de construção, esmagado por um trator, mas Mahal encontrou consolo na música. Quando sua mãe casou-se novamente, ele descobriu no porão da casa o violão de seu padrasto e aprendeu a tocá-la com um pente quebrado. Ele também desenvolveu uma paixão pela agricultura que quase rivalizava com seu amor pela música. Aos dezenove anos de idade ele era capataz agrícola. Taj Mahal, o seu nome artístico, veio-lhe de um sonho que teve sobre Gandhi e a tolerância social. Ele começou a usá-lo em 1959, época que iniciou a Universidade de Massachusetts tornando-se um membro do ‘Future Farmers of America’, e com especialização em produção animal e em ciência veterinária e agronomia.
Mahal decidiu tomar o caminho da música, em vez da agricultura. Ele participou do Newport Folk Festival no início dos anos 1960 e testemunhou as apresentações de grandes artistas do tradicional blues e do folk o que reforçou a sua decisão de tocar guitarra acústica. Após graduar-se em 1964 mudou-se para Los Angeles e formou o ‘Rising Sons’ com Ry Cooder e Jessie Lee Kincaid. O grupo assinou com a Columbia, mas a gravadora não tinha certeza quanto ao sucesso do grupo com um repertório que incluía blues country eletrificado e músicas folclóricas tradicionais. Embora o ‘Rising Sons’ tenha lançado um single, o restante do material gravado permaneceu trancado nos cofres da gravadora até 1992. Ao romper com o grupo, Taj Mahal permaneceu com a Columbia e gravou seu auto-intitulado álbum de estréia, ‘Taj Mahal’. O álbum teve uma aceitação surpreendente e o álbum seguinte, ‘The Natch'l Blues’ foi igualmente bem recebido como ‘Giant Step’, em 1969. Esses três registros construíram a sua reputação como um um bluesman autêntico, único e moderno.
Considerado um estudioso do blues, seus estudos de etnomusicologia na Universidade de Massachusetts o aproximaram mais da música popular do Caribe e da África Ocidental. Ao longo do tempo, incorporou mais e mais raízes da música africana abrangendo elementos de reggae, calypso, jazz, zydeco (uma forma de música folk norte-americana que possui sempre o som de um acordeon), rhythm and blues e música gospel. Mahal continuou a explorar novas direções na década de 1970, gravou o ‘Happy Just to Be Like I Am’ com ritmos caribenhos, enquanto em ‘The Real Thing’ introduziu a tuba como tocada em New Orleans. Em 1973 gravou a trilha sonora do filme 'Sounder', e no ano seguinte, lançou 'Mo' Roots', um álbum fortemente influenciado pelo reggae.
Com a carreira estagnada na década de 80 decidiu mudar-se para o Havaí e formou a banda ‘Hula Blues Band’. Voltou em 1988 e gravou ‘Taj’ que revitalizou a sua carreira. Na década de 90 lançou álbuns completos de blues, pop, r&b e rock e voltou a chamar a atenção com os álbuns, ‘Phantom Blues’ e ‘Señor Blues’ de 1998, que ganhou o Grammy de melhor álbum de blues contemporâneo. Entre as suas músicas mais conhecidas estão ‘Corrina’ e ‘Ain’t That a Lot of Love’ com a qual participou do antológico disco ‘Rock and Roll Circus’, dos 'Rolling Stones'. A trajetória de Taj Mahal continua e sua obra tem influenciado músicos que também procuram outras direções dentro do blues, como é o caso de Joe Louis Walker, Corey Harris, Keb’Mo, Guy Davis, Robert Cray e até mesmo o cantor Ben Harper.
Taj Mahal
1965-1998-In Progress And In Motion
CD1
CD2
CD3
1997-Senor Blues
2008-Maestro
The Best Of
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