Bem Vindo ao ÐeeÞ Musik
Este Blog foi idealizado para proporcionar aos visitantes que valorizam a música o prazer de ouví-las, bastando clicar nos links contidos em cada postagem. Escolha seu artista ou banda preferida nos marcadores ao lado direito e bom divertimento!

Bettye LaVette






Bettye LaVette é uma das maiores cantoras da história da 'soul music' norte-americana que ouvi e me lembra muito Tina Turner. Possuidora de uma voz incrivelmente expressiva que exala uma formidável força e intensidade, às vezes reflexiva, magoada, e isso, infelizmente, por causa dos meandros da indústria da música que por quatro décadas manteve Bettye LaVette criminosamente desconhecida. Em 1972, ela foi enterrada viva. Era então uma das mais promissoras jovens vozes do R&B norte-americano, e tinha sido contratada pela poderosa ‘Atlantic Records’, que a levou até o ‘Muscle Shoals Sound Studio’ no Alabama, para gravar um disco. Foi neste estúdio que os Rolling Stones gravaram assim como Aretha Franklin e Etta James. Mas, a gravadora sem nenhuma explicação jamais lançou o disco. Frustrada, Bettye partiu sozinha para ganhar a vida. Fez coro em musicais da Broadway, e também dançou e sapateou, além de participar de sessões de estúdio para todo tipo de músico. Esteve em todos os fronts musicais. Depois de 30 anos

viu-se o tamanho do equívoco que foi esquecer essa mulher que nasceu em Muskegon, Michigan, como Betty Haskins e cresceu em Detroit. Tinha apenas 16 anos, em 1962, quando gravou o single ‘My man - He’s a loving man’, que chegou ao top 10 da parada de R&B. O sucesso imediato a levou a dividir turnês com astros do soul, como James Brown e Otis Redding. Em 1965, voltou ao hit parade com ‘Let me down easy’, que se tornou sua marca musical.

bettye lavette - peter townsendFoi apenas em 2000, já então com 54 anos, que Bettye renasceu. Um selo francês descobriu e finalmente lançou o disco esquecido da ‘Atlantic Records’, e Bettye tornou-se um culto instantâneo ao redor do mundo. Em 2003, ganhou o WC Handy Award. Em 2005, o disco ‘I’ve Got My Own Hell to Raise’ tornou-se obrigatório para quem aprecia a boa música. Em 2007, foi indicada para o Grammy por ‘The Scene of the Crime’, no qual canta Elton John e Willie Nelson, entre outros. No final de 2008, no Kennedy Center, ela fez chorar o guitarrista Pete Townshend, durante um tributo a Roger Daltrey e ao próprio Pete Townshend, da banda ‘The Who’, ao interpretar ‘Love Reign O’er Me', composição de Pete Townshend. Ela roubou o show. A platéia silenciou. Foi inacreditável. Finalmente, em 2009, veio a consagração no Lincoln Memorial, quando deixou o mundo estupefato ao cantar na posse de Barack Obama, a canção ‘A Change Is Gonna Come’, de Sam Cooke, dividindo microfones com Jon Bon Jovi. Bettye nasceu s

ob um regime de segregação. E ama a política. E é claro que torceu muito pela vitória do seu amigo Obama. Neste mesmo ano Bettye foi convidada de honra da 30ª edição do ‘Blues Music Awards’, no ‘Cook Convention Center’ de Memphis. E veio se apresentar no Brasil no auge, aos 64 anos, com sua voz roufenha e cristalina.

Com o passar dos anos a mágoa da ‘Atlantic’ por não ter lançado o seu disco foi diluída pela sabedoria da idade. As gravadoras avaliam a música como negócio, além do seu estilo musical eclético que combinava elementos do soul, blues, rock and roll, funk, gospel e música country, que a impedia de ser facilmente comercializada, Bettye era cantora de palco e não uma artista de gravação. E teve que sobreviver como ‘back singer’, que no final foi um grande aprendizado, pois ela cantava de tudo, não tinha escolha, cantava o que pediam para cantar, cantou em musicais, cantou rock, cantou pop. Agora, como estrela, pode escolher as canções. Bettye está sempre rindo, mas fala sério quando o assunto é música. A sua maior influência foi Louis Armstrong. Ao cantar, é o teclado que a guia durante as canções, mais do que o baixo ou qualquer outro instrumento. Rudy Robinson, que morreu recentemente, foi o seu tecladista durante 30 anos, e era também o seu diretor musical. Agora trabalha com Alan Hill, que também desempenha o

s dois papéis. Ela acha uma piada essa tese de que haja um novo e bem fornido lote de cantoras de R&B. As pessoas pensam que, se o artista é negro e não canta nem rap nem soul, então só pode ser R&B o que ele canta. O mais novo trabalho de Bettye LaVette é ‘A change is gonna come sessions’, com seis faixas do mestre da ‘soul music’ Sam Cooke.

Nenhum comentário:

Postar um comentário